Pe. Fernando Steffens
A poesia deixa a vida mais leve...
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Textos

sexta-feira santa todo dia

 

e quanto às sextas-feiras santas de hoje?

 

não aquelas de banquetes piscitarianos,

manjares frutíferos provindos do mar,

ou ainda,

desfrutes praianos ao sol

ou campestres, em alguma choupana

 

refiro-me às que já se tornaram

normais ou anônimas ou invisíveis:

     o bêbado da tua rua

     o estorvo idoso da tua casa

     a mentira no teu trabalho

     o descaso da repartição pública

     a indiferença no cotidiano

     as tragédias noticiadas

     o adversário – antes era teu irmão

     o nojo do pobre, ao estilo são Francisco antes de Assis

          na minha igreja farisaica,

          a seleção anti-eclesial,

          só porque a vida não é canônica

     o condomínio de luxo e o

     com domínio à força

     a fé ao modo milagre sim – seguimento não

     a vida artificial

     a inteligência artificial

     o ser humano artificial

     o comércio de armas, de drogas, de órgãos, de corpos

     os aplausos aos belos discursos

[e a vida segue pendurada no madeiro]

 

mas para que serve o que digo?

se dos que digo assim seguirão

se aos que digo, nem ouvidos me darão

se quando digo, culpado também sou?

 

resta a esperança: ainda hoje...

resta o pedido: Pai, perdoa-lhes...

quando o que mais se houve: tenho sede...

 

será?

a fé sem cruz é um ilusório otimismo

Padre Fernando Steffens
Enviado por Padre Fernando Steffens em 18/04/2025
Alterado em 18/04/2025
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